Nós, em todos os dias das nossas vidas, passamos por experiências variadas desde a nossa infância, que são únicas para nós, mas em um contexto amplo, geralmente são iguais coletivamente.

Quando crianças, idealizamos nossa felicidade com coisas bobas e ingênuas.

Lembro-me até hoje que pensava que no dia que eu conseguisse certos brinquedos (para ser mais exato, a coleção dos cavaleiros dos zodíacos da bandai! hehe) eu ia ser uma pessoa completamente realizada. Engraçado pensar o que hoje em dia, o que eu faria com esses bonecos, pois por algum motivo, não é algo que completa meu coração. A medida que passamos por experiências, podemos perceber que aquilo não é nada demais, e é aí e nossa mente se expande.

Nossos sonhos mudam a cada dia que passa, hoje, posso comprar tudo o que sonhei na minha infância, toda a coleção dos cavaleiros, mas não o faço! Nossos sonhos se tornam diferenciados a medida em que vivemos. Uma criança pode sonhar com um brinquedo, mas quando descobre um vídeo-game com suas simulações e gráficos e possibilidades infinitas de vivências irreais, nossos corações experimentam uma sensação totalmente diferente do que estamos acostumados, e passamos a desejar somente aquilo, e o brinquedo pra mais nada nos serve. Assim como na nossa adolescência, podemos passar pela primeira vez a experiência de uma paixão, mesmo que boba, e derrepente o vídeo-game perdeu todo o valor que dávamos a ele. A partir daí passamos a desejar coisas que traga mais desta sensação pra nós, e assim ficamos vaidosos, querendo roupas caras, jóias ou talvez um carro chamativo.

A próxima fase vem quando descobrimos nosso valor profissional, quando sentimos pela primeira vez, se sentir valorizado pelo o que sabe, e se sentir contribuindo para algum trabalho para a sociedade, é uma sensação incrível! Esta é a fase em que a maioria crê que as pessoas amadureceram. A fase seguinte de nossas vidas começa a ser viagens, casamentos, filhos, etc. Cada um nos trazendo uma sensação única que cobre nossas ânsias passadas permanentemente em vários aspectos.

Todo este processo, a famosa trilha de amadurecimento, é baseado em vivências que estão diretamente ligadas às nossas emoções, e não ao intelecto. Tanto é que, se este processo todo acontecer de forma desordenada em relação ao que achamos que é normal, por exemplo, se uma pessoa descobre seu valor profissional antes de se apaixonar pela primeira vez, um adulto pode se comportar exatamente como uma criança no aspecto amoroso, pois ele ainda não tem aquela experiência de vida, que eu chamaria mais de vivência de experiência, e ele passaria neste momento a dar mais valor a paixão do que em seu trabalho.

Falando de forma geral é isto que acontece em nossas vidas, só que existem muitos milhões de diferentes vivencias e aspectos da vida que passamos, e destes processos, as experiências são aleatórias e diferentes para cada um, e é aí que acontece a desvalorização, desrespeito alheio e a falta de compreensão de algum aspecto de outras pessoas. Assim como uma criança que não se emociona e nem entende um filme de romance (porque ele ainda não passou por aquela experiência química, que também está ligada diretamente a nossa memória), um adulto pode não entender o outro em algum dos seus aspectos, fazendo-o apelar para a indignação, raiva e desordenação. O problema disto, é que ambos não podem distinguir suas respectivas experiências, igual conseguimos fazer entre uma criança e um adulto, então tanto um quanto outro, são incompreendidos. Em uma situação de um adulto com um adolescente, pode acontecer do adulto sempre achar que tem a maior maturidade em todos os aspectos, e poder tomar todas as decisões e conclusões, só que na verdade, dependendo do aspecto, o adolescente pode ter infinitamente maior maturidade do que o adulto. A nossa ilusão é achar que a maturidade está ligada a intelectualidade (que adultos geralmente têm), e não na experiência emocional (que um adulto pode não ter passado ainda e o adolescente sim).

As experiências emocionais de vivências que passamos durante a vida, são tanto experimentais (que foi descrito até agora) quanto traumáticas. Dependendo da situação em que uma pessoa passou, nosso instinto emocional modifica nossa mente para adaptar-se a nova realidade proposta pela vida, igual a um corte na pele que se regenera inteligentemente, ou a um calo que se forma por atrite a alguma coisa frequentemente.

Nosso corpo inteligentemente faz o mesmo com nossa mente, de forma muito forte e concreta, porém, que não pode ser vista ao olho humano igual a uma cicatriz no corpo. Posso dar um exemplo do meu pai, que é uma pessoa muito compreensiva, passiva, mas muito esquecida e muito ingênua com coisas sérias da vida, e isto muitas vezes irrita infinitamente pessoas a sua volta, que podem dizer que ele é um cara irresponsável ou coisa assim. Mas existe um motivo grande por ele ser assim, pois ele era muito diferente disto até a época que Collor roubou todo seu dinheiro que batalhou duro durante toda vida para conseguir, e roubou seu emprego que também batalhou para conseguir, e isto, casado e com filhos! Não é a toa que teve um farte e quase morreu, e este fato foi uma situação tão traumática para ele, que com o tempo se cicatrizou de forma inteligente, modificando sua mente a força, fazendo-o mudar a maneira de pensar, ou melhor dizendo, de sentir as coisas.

Mas uma vez percebemos que várias características de personalidade são de nossas experiências vivenciais, e que são muito incompreendidos pelas pessoas. Uma não entende a outra, e constantemente ficam tentando se convencer de suas idéias, sem êxito, fazendo-os se irritarem a toa, sem ter sequer uma mínima noção de realidade da mente da outra pessoa. Igual uma criança que não tem noção do que é se apaixonar ou um adulto não tem noção do que é estar em uma cadeira de rodas. As diefencas que temos que não podem ser vistas pelos olhos, são incompreendidas trazendo-nos desarmonia.

A mensagem que quero passar a vocês é que respeitem as decisões e modo de ser dos outros, não tentem controlar as pessoas de acordo com o que você pensa o que é certo! Você pode estar errado! Ou a pessoa pode estar realmente errada, mas não vai adiantar alguém tentar explicar a ela sobre isto até ela passar por as mesmas experiências que você, e se você insistir além de se irritar e perder energia e tempo, poderá estar reprimindo potencialidades que as outras pessoas poderiam oferecer. Deixem que cada um trilhe seu caminho. Opine, ajude, mas não controle! É o segredo da harmonia e humildade!

Desculpem ao texto denso, desordenado e difícil! é mais um desabafo que um texto para leitura

enviado por Renquer as 1:39 PM

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